11 julho 2013

10º Capítulo - Do You Love Me? - Mentiras

Suspirei fundo e quando fui andar em direção a porta me deparei com aquela mulher que estava junto dele antes.
-Você? -Disse ela olhando para mim e logo olhou para Chace. -Vocês dois?




... 

-Eu já estou de saída. -Disse apontando para a porta enquanto me retirava, porém, assim que dei as costas para ela, algo me puxou novamente pela touca e me fez virar rapidamente ficando frente a frente com ela.
-Ai, o que? Vocês adoram fazer isso? 
-Isso o que? -A mulher esbravejou para cima de mim.
-Você! Realmente você só tem classe por fora, por dentro tem uma carcaça podre que fede quando saem palavras de sua boca! -Nem tentei me segurar, aquela mulherzinha estava me irritando e não era de agora, soltei as primeiras falas que vieram a boca.














-O queeeeeee? -Berrou e se segurou respirando fundo e fechando os olhos, e logo que os abriu eu continuei olhando ela feio, mas esta parecia ter se controlado, olhou para mim, franziu as sobrancelhas e cerrou os olhos. -Eu já te vi em algum lugar? 
-O que? -Perguntei estranhando, mas que raios de pergunta era aquela? E neste momento?
-Você, eu já te vi em algum lugar, devo ter feito algo ruim para você me tratar desse jeito. Já te conheço?
-O que? Não, você que começou tudo isso, eu não te fiz nada.




-Ah, já sei...Você é alguma famosinha não é? Já apareceu em alguma revista!
Olhei de relance para Chace que estava quieto até o momento só nos olhando discutir e lembrei do escândalo no hotel onde minha foto foi publicada em algumas revistas,  logo ele arregalou os olhos como se pensasse o mesmo e chegou mais perto de mim.


-Ela é minha psicóloga, você deve ter reconhecido ela. -Disse Chace e eu o olhei franzindo o cenho e estranhando a situação. Eu? Psicóloga?
-Mas eu não vi sua psicóloga. E você tem psicóloga?




-Tenho...É...Tinha...-Riu desajeitado. -E ela...Ela...Nana Também trabalha no restaurante que almoçamos hoje! É isso! -Sorriu para Raquelly.
-Trabalho? -Falei meio baixo e nisto recebi um chute no tornozelo, olhei para Chace, que olhava-me de um modo estranho, forçando o rosto, como se quisesse que eu concordasse.
-Ai! Mas o que? Aish...-Me irritei, mas me controlei com vontade de dar o troco. -É eu fui sua psicóloga, e como meu último trabalho com ele eu propus que ele trabalhasse por uma semana comigo no restaurante. -Sorri olhando para Chace.
-O que? -Disse Chace franzindo a sobrancelha e enfim eu pude dar um belo chute em seu tornozelo, fazendo-o se torcer de ódio e dor.


-Trabalhar no restaurante? -Indagou Raquelly. 
-Não...Eu...-Chace ia inventar alguma desculpa, mas foi aí que eu interrompi.
-Sim, é um tipo de trabalho voluntário para ele ganhar a confiança dos moradores da cidade e causar uma boa impressão com o hotel. 
Nem eu acreditava que estava mentindo tanto, realmente eu tinha jeito para a coisa e estava valendo a pena ver como ele estava tão surpreso.-Bom, neste caso, acho que não temos motivos para não nos gostarmos Nana, sou Raquelly, a noiva de Chace.




Ouvi as palavras da garota e senti um grande frio na barriga, olhei para Chace e logo voltei na Raquelly, não estava mais raciocinando corretamente.
-Ah...Noivos? Vocês dois? -Uma parte de mim teve uma grande vontade de sair correndo dali, mas não conseguia e a outra não entendia o porquê daquele sentimento.


-Chace, estarei te esperando em sua sala, preciso falar com você. Foi um prazer conhecê-la. 
Nisto ela entrou no apartamento dele deixando-o sozinho comigo, olhei para ele e dei as costas, no entanto, ele segurou meu braço e me virou de frente para o mesmo.-Ah! -Gritei pelo susto.


-Você realmente é alguma coisa, trabalhar no restaurante? Tsc. -Riu, olhou para os lados e se aproximou do meu rosto. -Acredita mesmo que eu vou fazer isso?
-Ah é, por que está jogando toda a culpa em mim? Você foi quem começou as mentiras, ou não se lembra? Ai, Nana é minha psicóloga, Nana trabalha no restaurante que nós, os pombinhos noivos fomos almoçar. Aaaiish. E ela é sua noiva ainda por cima? Como você tem coragem de mentir assim para a "doce" Raquelly?
-Eu só fiz isso para não ter que contar para ela que você é a louca do escândalo, ou queria que ela descobrisse e ficasse em cima de você? Ou até mesmo desse uma de louca e espalhasse que a mesma pessoa está hospedada no mesmo hotel que eu, não acha muita coincidência? Diga a verdade, você está me perseguindo não é? Você é uma raposa esperta, te subestimei.

-Te perseguindo? -Ri. -Pelo jeito você queria que eu estivesse te seguindo mesmo. Então é melhor você cumprir com as minhas mentiras que eu cumprirei com as suas, ou então eu mesma vou dizer a ela quem eu sou.
-Ok, então vamos fazer assim, e esteja aqui na minha porta amanhã cedo.
-O que? Pra que?
-Oras, pra que? Não disse para cumprirmos com as mentiras? Vamos trabalhar!
Olhava para Chace com aquela expressão emburrada, mas o mesmo retribuía meu olhar, quando percebi que ele ia soltar meu braço, empurrei o mesmo com tudo para baixo e dei-lhe as costas novamente.


Dei três passos e parei, ficando de costas para ele por alguns segundos, me virei para Chace e disse:
-Por mais cedo, na praça...Obrigada...




Olhei para ele e pude ver que estava com uma expressão assustada, talvez surpreso, virei e caminhei rapidamente até o elevador.




Enquanto isso...

Arnold estava em seu quarto sentado em uma pequena mesa tomando seu chá quando Susan entrou e fechou a porta fazendo-o olhar para ela, ele sorriu e ela se aproximou abraçando-o pelas costas.

-Aconteceu alguma coisa? -Perguntou Arnold.
-Não. -Respondeu Susan depois de um breve suspiro.




-Você viu quem está aí? 
-Não, quem? -Disse Susan já soltando Arnold e sentando na cama tirando os sapatos.
-Minha mãe, disse que vai ficar por algum tempo aqui enquanto a reforma de sua casa não fica pronta. Poderíamos visitá-la mais vezes, uma pessoa nessa idade não merece ficar sozinha. -Arnold sorriu olhando para baixo.
-É. -Susan fingiu um sorriso e logo o desfez.




-Ah, ela falou que quando você voltasse ela iria querer vê-la, por que você não vai falar com ela? Vocês acabaram se dando bem, eu fico feliz.
-Sim, tenho muitos assuntos para colocar em dia com ela. -Suspirou. -Mas e o Chace? Falou com ele?

-Ele me ligou. -Olhou para ela que estava tirando o outro sapato e logo voltou a olhar para seu chá. -Susan. -Chamou-a e esta o olhou. 
-Ele ligou perguntando sobre...O incêndio da vila.




-O que? Ah, eu sabia que isto iria acontecer, por isso disse para Raquelly passar o maior tempo possível com ele, para não se distrair com as coisas banais da cidade.

-Banais? Susan, foi onde a mãe de Chace morreu! -Arnold se levantou. -Ele sempre vai procurar pelo seu passado, pois é quem ele é, ainda restam pequenas memórias e eu não posso deixar que ele se machuque novamente, algum dia, mais cedo ou mais tarde, eu terei que contar.




Susan não conseguia olhá-lo, escondia algo e nem mesmo tinha coragem de olhar em seus olhos.
-Tudo bem, faça assim. 
Susan saiu do quarto deixando Arnold abalado lembrando-se daquela mulher, a que morreu a alguns anos por ironia do destino, pela sua própria ignorância e infantilidade, Arnold nunca se perdoaria por ter prometido a ela mundos e riquezas e ter causado apenas sua morte, ele se culpava a cada dia mais se lembrando daquele pobre e lamentável rosto sorrindo para ele.




Enquanto isso...

Henry e o pessoal verificavam as fotos pelo computador.

-É, essa ficou ótima. -Disse Dylan.
-Belo ângulo. -Ressaltou Nicholas. 




-Ok, pessoal, é isso aí, por hoje terminamos e pelo visto tivemos um dia muito produtivo, durmam cedo e descansem para amanhã. -Disse Henry enquanto arrumava algumas coisas.
-Henry! -A modelo o chamou fazendo-o olhá-la. -A sessão foi ótima e as fotos ficaram lindas, espero que trabalhemos juntos novamente.
-Com certeza, vamos fazer isso.




Henry sorriu para a garota, esta se despediu e ao passar perto do computador, ao olhar sua imagem, sorriu, nisto, aquela imagem veio à sua cabeça, Victória, Henry imaginara Victória em seu lugar sorrindo e olhando para o mesmo, por mais que tentasse esquecê-la, ele sabia que não seria possível, era ela quem não saía de sua cabeça, era por ela que ele se tornara tal fotógrafo, estaria vivendo por ela e para ela. 




Seus pensamentos estavam novamente confusos, como sempre. Se distanciou do pessoal, pegou seu celular e ligou para Victória automaticamente, pois seu emocional falava mais alto. 
-Henry?
Perguntou Victória do outro lado, mas não havia respostas, Henry queria apenas ouvir o som de sua voz. 
-Henry, você...




Ele franzia o cenho e tentava se controlar para não soltar nenhuma palavra.
-Henry? Henry! -Victória começou a exigir respostas e nisso ele desligou a ligação e olhou para o celular desligando-o também.



...


Ela estava em sua nova casa, sentada em um banco que ficava na varanda e olhava para o aparelho enquanto uma lágrima escorria pela sua face. 

-Seu...Bobo...
Ainda tentou ligar novamente mas este já não estava mais chamando, Victória sentia seu coração se despedaçar, mas era um sinal, Henry sentiria sua falta? Ela sabia que precisava tomar decisões rápidas para não acabar se arrependendo, assim como a seis anos.



Enquanto isso...


-Eu, psicóloga, aish! Como pode uma pessoa nos desejar tão mal assim? -Franzi o cenho e logo após bocejei.

Estava no elevador e morrendo de sono, havia dormido muito pouco e ainda tive energia para muitas coisas durante o dia todo. Pensando alto eu acabava resmungando diversas coisas e de repente me lembrei de Chace me prensando na parede, foi quando subiu um frio e me arrepiei toda.



-Aiish! Esse cara, realmente! Quem ele pensa que é? -Saí do elevador e continuei andando em direção ao quarto mas parei em frente ao quarto de Henry.
-Hm? Será que ainda não voltou? -Apertei a campainha, bati na porta, mas nada.





Procurei meu celular para ligar para ele mas não conseguia encontrá-lo, só então me lembrei que deixei ele cair no chão da casa de Chace. Droga, pensei e fui direto ao elevador, mas este estava sendo usado, corri para a escada e enquanto subia, meus olhos iam se fechando e meu passo ficava cada vez mais lento, até que sentei em um degrau e adormeci.




Enquanto isso...


-Hmm...Essa suíte é mesmo linda! -Dizia Raquelly enquanto olhava por todos os cômodos.
Chace estava de frente para a janela olhando para o estrelado céu, quando um celular começou a tocar, mas não era o seu, era um toque diferente, andou até onde o som estava e olhando para o chão viu o objeto.




 O pegou e viu que alguém acabara de mandar uma mensagem, esse alguém era Henry, que dizia: "Nana, aconteceram algumas coisas aqui, terei que ficar até mais tarde, não espere por mim, amanhã teremos um dia novo". Bingo, o celular era de Nana, que talvez deixara cair enquanto estava ali. 

-Tsc...Como ela consegue até mesmo perder o celular? -Ficou por alguns segundos olhando para o mesmo e logo estava no corredor do hotel procurando por ela.
-Como é que eu vou saber agora qual quarto ela está? -Chace só sabia que ela tinha ido em direção ao elevador, mas não sabia qual andar estava, além disso, eram diversos corredores, ainda assim, foi a caminho do elevador, mas este estava sendo usado. Não pensou duas vezes e começou a subir as escadas, ainda ligou para a recepção perguntando sobre o quarto dela.-Sim, é Nana, eu não sei o sobrenome, mas poderia me dar esta informa...



Chace, ao descer, encontrou alguém, Nana estava ali, dormindo sentada e encostada na parede. Ele desligou a ligação e se sentou ao seu lado observando-a dormir.



-Como pode dormir neste lugar? -Falou baixo e suspirou olhando para ela, deu algumas cutucadas em seu ombro esperando que acordasse.
-Ei, Nana. Nana-a. -Parou e olhou para ela, lembrou que achou seu rosto familiar, mas não sabia de onde, já tinha visto aqueles traços antes de ter conhecido ela, mas estava confuso, fechou um dos olhos e contornou no ar com a ponta do dedo o rosto dela, enquanto se achava um bobo por estar fazendo aquilo e parando logo em seguida. Pensou de que tantas maneiras poderia tirar sarro dela ali naquele momento caso ela acordasse e ficou curioso para saber que expressão ela faria, Chace simplesmente estava pensando cada vez mais incontrolavelmente naquela mulher.

























Se aproximou dela e a chamou, visto que não resultava em nada, segurou o braço da garota e a chacoalhou um pouco, fazendo com que esta ficasse meio acordada, Nana, levantou sua cabeça, mas não abria os olhos e como desencostara da parede, pendeu para o outro lado, deitando no ombro de Chace, fazendo seu coração acelerar.











Ele colocou sua mão sobre o peito e percebeu o quanto seu coração estava batendo forte, 
apenas pelo simples gesto da garota que dormia nas escadas deitar em seus ombros, não quis sair e nem pensou em afastá-la, não acreditava que estava pensando nisso, mas queria que aquele momento durasse e que Nana não despertasse tão cedo, para que ele pudesse ficar mais algum tempo ali, com ela.
























Hey, hey pessoal!
Até que fui um pouquinho mais rápida que das outras vezes. sjkbkjsf
Bom, espero que aproveitem este final de capítulo, eu estava louca para postá-lo já que não aguento mais esperar para postar as coisas, são muitos detalhes, e eu infelizmente para alguns e felizmente para outros sou muito detalhista, e tem que estar tudo perfeito e blá blá blá. i-i
Mas, de qualquer jeito eu vou me virando bem e desvendando todos estes mistérios da família Louis para vocês, pois é, muitas surpresas pela frente que eu espero que vocês gostem.
Não esqueçam de comentar, ok? Até a próxima. =3

02 julho 2013

9º Capítulo - Do You Love Me? - Contra a parede

-Nana! 
Só eu mesma para causar tais acontecimentos, se não fosse por Chace, eu iria dar com a cara no chão, na neve, mas ele estava lá. Na tentativa de me segurar, ele foi impulsionado para trás pelo meu peso e caiu de costas no chão me abraçando.
Nossos rostos estavam colados, estávamos tão próximos que podia sentir sua respiração ofegante e gélida em meu rosto, a única coisa que eu queria naquele momento era sentir suas mãos quentes que envolviam meu corpo por mais algum tempo.



...


Eu estava paralisada, olhava apenas para seus olhos negros brilhantes enquanto os meus deviam estar avermelhados. Alguns segundos depois que o susto passou, ainda estávamos ali, e então aquela mulher cuja estava junto de Chace disse:

-Ei, vocês vão ficar aí abraçados até quando? Todo mundo está olhando.
-Eu não consigo me levantar com você deitada no meu braço. -Disse Chace me fazendo levantar em um segundo e após se levantou também. Ambos ficamos notavelmente constrangidos, não conseguia nem olhar para seu rosto enquanto me levantava, apenas mirava um ponto cego.


Enquanto isso, as pessoas que estavam assistindo a peça ficaram em volta de nós e aplaudiram o ato heroico de Chace, deixando-o sem graça, o que me fez até sorrir um pouco.



Quando uma idosa chegou para mim dizendo algumas coisas que me deixaram encabulada.

-Aigo, onde você arrumou esse namorado? Vou buscar um pra mim também. -Fazendo todos rirem dela.
-Ah, não, não somos namorados. -Sorri ficando sem graça.




-Eeeei, você está querendo enganar quem? Não são? Então posso ficar com ele? -E fez todos rirem dela novamente.

-Sim, faça bom proveito. -Sorri para a vovozinha que falava comigo e logo ela foi para o lado de Chace que me olhava com um olhar ameaçador de novo, e fiz uma careta para ele também.




-Eii...Mas você, eu conheço você, é o filho daquele homem, daquele homem do hotel, Tropicale Hotel. -Disse um homem e todos em volta olharam para Chace surpresos.

-O que o filho daquele homem veio fazer nas nossas terras? O que? O que você veio fazer aqui?-Disse outra mulher.
-É você mesmo? Você é o filho daquele homem e se atreve a pisar nas nossas terras? Já não está de bom tamanho o que aquele homem fez conosco? Você vai querer tirar mais ainda de nós? -Disse a idosa.




Mas parecia que Chace não estava entendendo muito bem a situação, parecia que estava confuso e não sabia ao certo como reagir na frente de tantas pessoas. Quando eles foram chegando mais perto e falando mais ainda, percebi que ele estava ficando um tanto nervoso, então entrei em sua frente abrindo os braços tentando acalmar as pessoas.

-Vovó, pessoal, não é assim!



-Sua pirralha, você também está junto com esse pessoal! -E a mulher na qual eu me referi de "vovó" me empurrou para o lado quase me fazendo cair.

-Esse pessoal que destruiu nossas casas para construir um hotel!
Entrei em sua frente de novo, mesmo abalada com aquela revelação, ainda assim sentia que precisava fazer algo já que Chace havia impedido que eu mandasse com a cara na neve.




-Vovó, não é assim, ele não fez essas coisas, por que uma pessoa que faz essas coisas me salvaria ali naquela hora? -Ela parecia ter se acalmado.-Eu estou lhe dizendo, ele não é essa pessoa! -Olhei para trás e entendi o por que da velhinha ter se acalmado, Chace não estava atrás de mim, estava a alguns metros de distância, voltando para o hotel.

-Vá embora você também! -Disse a idosa. -Não precisamos de pessoas que estejam do lado daquele homem!



Enquanto isso...


Chace estava entrando no hotel rapidamente e Raquelly estava correndo atrás chamando pelo seu nome, já não sabia mais o que pensar, o que aquela mulher estava lhe dizendo era que seu pai havia construído o prédio no lugar onde aquelas pessoas moravam, mas o que ele teria feito de tão ruim que as pessoas guardavam tamanho rancor dele? 





O elevador se fechou antes da garota conseguir entrar junto de Chace, ele subiu até o piso onde estava localizado seu quarto, passou o cartão e após entrar trancou a porta, sentou no sofá ligando para seu pai.

-Chace? Algum problema? -Disse Arnold.
-Pai, eu...Acabei escutando algumas coisas aqui da cidade sobre o Tropicale Hotel, foi demolida uma vila para o hotel ser construído? 
Arnold ficou alguns segundos sem responder e enfim tocou no assunto.



-A população construiu uma vila em nosso terreno, o que poderíamos fazer se a propriedade era nossa? Eram pessoas pobres que necessitavam de ajuda, mas precisávamos também dar continuidade com nossos planos e construções, ainda assim, naquele tempo conseguimos cartas de consentimento de todos os moradores e ainda o próprio prefeito estava construindo uma área para a moradia daquele povo carente, o único problema foi que...

-O que?




...

-O único problema foi que...-Já que Chace perguntara, Arnold, por fim iria responder a pergunta, mesmo sabendo que seu filho poderia ficar um tanto confuso com aquelas palavras que foram escondidas durante tanto tempo dele por motivos maiores, porém, algo o interrompeu.

-Mãe! -Disse Arnold com o celular na mão indo de encontro com sua mãe.
-Pai? Pai? O que é? -Dizia seu filho do outro lado da linha.
-Quem é no telefone? -Perguntou Emily, mãe de Arnold.
-Seu neto e o mais novo presidente do hotel. -Disse Arnold sorrindo enquanto a velha pegava o celular.




-Chace? Sua criança podre, para o seu pai que tem ainda muitos anos de vida você liga mas para sua avó que está pesando para o outro lado nem pra perguntar como está. Que raio de presidente é esse que nem serve pra tomar conta da família?





Chace riu de sua avó, ela sempre fora assim, xingava tudo o que lhe aparecia, principalmente pelo fato de que odiava saber que já tinha passado da melhor idade.

-Tudo bem vó, prometo te ligar mais vezes, mas eu preciso falar com o p...-Chace foi interrompido.
-Cem vezes por dia, nessa idade a gente começa a esquecer de tudo, você quer que eu te esqueça também? Hãm? Eu vou te esquecer então, passar bem.



Emily desligou o celular resmungando ainda algumas palavras ofensivas o que fez Arnold rir da situação.-Pode rir o quanto quiser, quando você chegar nessa idade eu é que vou rir de você. 

-Maldito...-Disse Emily direcionado a Arnold.




...


-Vovó? Vovó? Aish...-Resmungou Chace olhando para o celular, logo pôs suas mãos em cima dos joelhos apoiando sua cabeça.

-O que afinal aconteceu na vila? -Estava realmente decidido a encontrar as respostas, porém, assim que pensou em quem poderia pedir pelas suas respostas, a campainha tocou.




-Raquelly!

 Chace se levantou para atendê-la, mas quando abriu a porta, não encontrou ninguém, olhou para a esquerda e logo após para a direita e por fim ouviu uma voz que chegava aos seus ouvidos pelas suas costas.



...


-Uaaaaaaaaaaaaaaaaaaaau! -Disse observando a sala do apartamento de Chace. Sem que ele percebesse, toquei a campainha, mas fiquei abaixada ao lado da porta, pensei que ele fosse me ver, mas como nem se tocou eu simplesmente passei do lado de suas pernas e entrei no apartamento, como já disse, deveria ser agente secreto.




-O que? Como? Que? Como você? -Perguntava Chace olhando para mim com uma cara de dúvida e espanto.

-Esse apartamento é o máximo! -Disse de boca aberta já entrando na sala, quando fui puxada pela touca do meu agasalho para trás. 




-Como entrou aqui? -Perguntou Chace franzindo as sobrancelhas ainda com aqueles olhos de espanto me segurando pela touca.

-Pela porta ué, você nunca olha para baixo quando abre a porta? Nunca recebeu jornal na porta de casa? Uaaau, você é bem estranho, e metido também, e me solta! -Puxei minha touca para Chace a largar, arrumei meu agasalho e cerrei os olhos fazendo um bico com os lábios.



-Você, ou vocês, fizeram alguma coisa para aquele pessoal? Hãm?

-Tsc...-Disse Chace soltando um riso. -Por que? Por que quer saber?
-Por que...Nossa como eles estão bravos!
Chace notando algo estranho disse:
-Ah é? Só isso?
-Ahn é...-Na verdade, não tinha reais motivos para estar ali, só que antes, quando pensei em ir fazia mais sentido.




-Ok, afinal eu não tenho o que temer não é? Já que nós não fizemos nada. -Disse Chace colocando a mão no queixo e depois de alguns segundos olhou para mim com um olhar 43 super KLB e me deixou encabulada, me fazendo corar.





-Então por que você veio aqui? Por que continua aqui? Não vai me dizer que você...Só veio aqui por que tem interesse em mim?

-Eu? Interesse em você? Não brinque com essas coisas, pff...Você não é o meu tipo.-O olhei tentando passar desprezo por suas palavras.



-Eu não sou o seu tipo? Você é que não é o meu tipo! Pensando bem, você vem me perseguindo ultimamente não é? Olha só, você conseguiu entrar no meu apartamento e ficar aqui...Sozinha comigo.

-Se eu tivesse realmente um interesse em você, eu já teria te atacado, ok? Tsc...



Andei em direção a porta rapidamente, mas enquanto passava ao lado dele, ele me pegou pelo braço e jogou-me contra a parede, e com o reflexo meu punho foi rapidamente em direção ao seu rosto, mas para minha surpresa, Chace desviou e segurou meu braço com força o prensando contra a parede também, fazendo meu celular que estava em minha mão cair no chão. 





Meu coração acelerou e eu só conseguia olhar para aqueles olhos negros em minha frente.




-O que você quer afinal? -Disse Chace sussurrando para mim. -Você está querendo brincar comigo? Mexer comigo? Se interferir na minha vida de alguma forma? O que você quer Nana?






...


Chace, enquanto a segurava viu os gestos e a expressão que Nana fazia, não sabia ao certo o por que, mas sentia como se conhecesse aqueles traços, como se aquilo já tivesse até mesmo acontecido e permaneceu a olhar para seu rosto por mais alguns segundos, q
uando a campainha tocou.






...


Enquanto os dois estavam conversando, Susan entrou pela porta da frente e escutou a voz de Emily, encostou no pilar e ficou apenas a escutar o que ambos falavam.





-Aquele garoto ficou muito marcado por conta do que lhe aconteceu, sua personalidade alegre e contagiante ficou escondida atrás de um homem sério. -Disse Arnold. -Se eu pudesse fazer algo para ele voltar a ser o que era...Achei que ele fosse recuperar a memória do que aconteceu naquele dia depois de algum tempo, mas já faz 6 anos e nada, nada que possa nos ajudar a fazê-lo voltar a ser como era antes. Eu me sinto cada vez mais inútil...Nem eu mesmo pude ajudá-lo daquela vez, eu não tinha ideia da situação que ele estava se metendo e que ele acabaria desta forma, na verdade, eu nem sabia quanta falta da mãe Chace sentia, se eu pudesse voltar ao passado e encontrar o motivo do incêndio na vila, eu evitaria tudo.

Susan abaixou a cabeça e logo a ergueu encostando-a também no pilar, fechou os olhos e suspirou fundo abrindo os olhos e franzindo as sobrancelhas, ela sim sabia como tudo havia acontecido, Susan possuía mais segredos do que Arnold pudesse duvidar, mas era cautelosa para tudo seguir conforme havia planejado.







...


A campainha tocou, abri os olhos e olhei para Chace que me soltara num instante e fora atender, eu estava completamente sem reação e imaginava se Chace não ficava assim também, como em questão de segundos aquele homem fazia meu coração bater tão rápido e depois apenas me soltava daquele modo? 





Suspirei fundo e quando fui andar em direção a porta me deparei com aquela mulher que estava junto dele antes.

-Você? -Disse ela olhando para mim e logo olhou para Chace. -Vocês dois?