8º Capítulo - Do You Love Me? - Coincidência

-Desculpe pela demora.
-Você está melhor?
-Sim, eu estou bem. -E quando virei meu rosto para ver com quem ele estava conversando, meus olhos se fixaram em uma só pessoa e fiquei sem expressão.
-Chace?

...

-Você? -Disse Chace franzindo a sobrancelha. -Vocês dois...
-Nana veio comigo. -Disse Henry. 
Chace parecia um pouco surpreso.
-Então vocês estão...Em algum tipo de relacionamento? -Perguntou me fazendo corar e logo tentei descordar, pois pensei que Henry pudesse ficar um pouco constrangido por minha causa.
-N-n-não é iss...

-Talvez. -Disse o moço de cabelos dourados sorrindo.
Meu coração palpitou forte por alguns instantes, olhei para os olhos de Henry que me fitavam ainda com aquele brilho, ele sorria e me fez sorrir sem jeito, mas logo virei o rosto para Chace que falava algo.
-Ahh...Mas que romântico, vocês combinam tanto.
Percebi certo tom de ironia, era de se esperar vindo dele, mudei minha expressão e fiz uma cara feia para o mesmo.

-Foi bom encontrá-los, na verdade foi ótimo, desejo que vocês fiquem juntos para sempre, de verdade. Com licença. 
Outra vez estava sendo irônico, e eu realmente não entendi aquela maneira de falar, seria para mim? Pois Henry parecia indiferente. Então, Chace foi em direção a uma mesa no meio do salão onde uma mulher estava sentada, talvez estivesse o esperando, uma conhecida? Amiga? Namorada? Aliás, eu não tinha que ficar me preocupando com as coisas dele, já não tínhamos mais motivos para nos ver e nem para conversarmos, o reencontro foi apenas uma coincidência bem coincidente.

-Ah, estão ali. -Disse Henry se referindo ao pessoal da equipe. -Vamos Nana.

...

Chace foi em direção de Raquelly que estava sentada em uma mesa no meio do salão a sua espera, e assim que ele chegou ela se levantou.
-Você realmente veio!
-É claro que sim, não é do meu feitio não cumprir minhas promessas.
Raquelly sorriu delicadamente se aproximando de Chace e disse:
-Eu gostaria de conhecer um pouco mais da cidade, nós podemos almoçar fora hoje?

Chace na realidade queria ficar ali, pois estava curioso sobre o relacionamento de Nana e Henry, mas não possuía nenhuma desculpa para dizer não a Raquelly e enquanto ele ficava sem resposta, ela simplesmente passou seu braço entre o dele e começou a andar quase que o empurrando para a porta de saída do salão e este sorria meio sem jeito dizendo:
-Tem certeza que quer ir naquele frio? Quero dizer, está congelando.
-É para isso que servem os casacos e roupas de frio. -Olhou para Chace e sorriu. -Você é até que engraçado.

...

Estávamos todos sentados em uma mesa grande, me faziam perguntas constrangedoras e ficavam tirando sarro de Henry, mas na maior parte me faziam rir bastante.

Thomas era engraçado e um dos que mais faziam gracinhas e contava piadas, Dylan se fazia de bobo e por isso parecia engraçado, já Nicholas só dava risadas mas mantinha um rosto sério durante quase todo o tempo.
-Então você é florista? -Perguntou Thomas. -Eu sei tudo sobre flores, mas só quando é para entregar para as mulheres. -Riu. -Qual sua flor favorita Dylan? 
-Ah, eu não sei nada sobre isso.

-É mesmo. -Thomas disse e gargalhou logo em seguida. -Dylan entregou a uma mulher em que estava interessado um buquê de flores murchas que guardava para lhe entregar a uma semana, mas nunca tomava coragem, e ainda disse "Sua beleza se compara com essas flores". -Todos riram.
-Eu disse que não sei nada sobre isso, e elas ainda estavam bonitas. -Fez uma cara de dó.
-Ei Nick! Qual é a sua? Sua flor favorita?
Eu prestava atenção na conversa dos rapazes e ria muito das situações em que se metiam, mas de repente, quando olhei rapidamente para os vultos que passavam ao lado de nossa mesa pude observar que era Chace que estava acompanhado daquela mulher e os dois estavam com os braços dados.

Olhei para o rosto de Chace e este olhou para mim com aqueles olhos cerrados ameaçadores. "Por que tem que me olhar assim quando não fiz nada para ele? Que saco!"

Enquanto isso...

Victória estava junto com Linah, sua amiga, e estava a procura de uma casa para comprar, pois estava decidida ficar na cidade.
-Uau, essa casa é realmente maravilhosa! -Disse Linah com os olhos brilhando de tão maravilhada.

-Todos os móveis do imóvel foram planejados e contém um design moderno. -Dizia a corretora quando o celular de Victória começou a tocar, ela o pegou e viu quem era franzindo o cenho.
-Com licença.

Disse e saiu de dentro da casa, ainda exitou um pouco, mas acabou atendendo a chamada e não saiam palavras de sua boca para dizer nem um "alô" de tão surpresa que estava pela ligação.
-Me encontre no Le'Cok as 16 hrs. -Disse uma voz feminina que logo desligou.
Victória olhou para o celular estranhando a ligação, então, Linah saiu de dentro da casa também e foi falar com sua amiga.

-Vick! Algum problema? 
-Ah, não. -Tentou disfarçar.
-Pelo seu rosto não parece ser coisa boa. Era o...Henry?
Victória deu uma risadinha debochando de si mesma.
-Henry...Ligaria para mim? -Victória demonstrava seu olhar repleto de sentimentos frustrados, estava definitivamente para baixo, pouca coisa a animaria, ainda por cima depois daquele telefonema.

-Bom, sei lá, você sabia que eles foram para Moon Village? Vai ver ele está bem ocupado agora...-Tentando arranjar um tipo de desculpa para Victória se sentir bem.
-Moon Village? -Parou por um instante e olhou para baixo franzindo o cenho.
-Ah essa casa é tão linda, se você não ficar com ela faço as papeladas e eu mesma fico. -Disse a amiga enquanto Victória se perdia em seus pensamentos confusos.

Enquanto isso...

-Realmente este lugar está caindo aos pedaços, tem certeza que quer ficar aqui? -Perguntou Chace para Raquelly, cuja estavam sentados nas mesas em um restaurante que haviam encontrado próximo ao hotel.

-O que eu posso fazer? Eu estava congelando e este era o único restaurante mais próximo. -Sorriu e continuou. -Chace, eu...Sei que vou me sentir envergonhada pelo que vou dizer e também sei que possa deixá-lo sem graça, mas quero levar este relacionamento a sério, não quero ser algum tipo de "casal arranjado". Eu espero que possamos compartilhar dos mesmos sentimentos, mas não se preocupe, eu não vou te pressionar para ter sentimentos por mim, só que você aceite os meus.

Raquelly falava pausadamente e e era doce, gentil, sem dúvidas era uma mulher educada perto dele e não estava pedindo nada de mais já que Chace seria seu marido daqui algum tempo, se tudo saísse como planejado. Mas ele não sabia exatamente como responder, agiria como um homem e enfrentaria tudo pelo seu amor por Victória, ou apenas concordaria em tornar sua vida um ramo de negócios, aparências e prazeres?

-Ahn, Raquelly, é...-Foi interrompido.
-Você não precisa me responder nada, eu só estou querendo que você saiba que estou interessada em você não só pelos negócios. -Voltou a ficar sem graça e logo o pedido saiu.

Enquanto isso...

Lola estava na floricultura, atrás do balcão lendo algumas revistas de moda quando um rapaz entrou na loja e começou a andar por ela dando uma olhada em algumas coisas, percebendo que Lola não vinha o atender e apenas ficava focada em sua revista falando coisas como "Ah que vestido lindo!", "Ai esse eu não gostei.", o rapaz deu algumas tossidas altas para ver se ela se tocava, mas foi inútil.

 Sendo assim, ele foi até o balcão, esperou alguns segundos ainda admirando como a garota estava distraída e nem percebera que estava a poucos centímetros de distância.
-Você vai me vender um vestido? -Disse o moço.

-AAAAAAAAAAAAAHHH! -Berrou Lola assustando-se por ser pega.

-Ah, que susto! -Se levantando em um pulo da cadeira. -Co-Co-Como posso ajudá-lo? -Respirava fundo enquanto ele começou a gargalhar das trapalhadas de Lola.
-Ei, você, não dê risadas assim na frente dos outros, hunf! Isso não é legal! -Disse Lola fazendo bico bem constrangida, mas o garoto não conseguia parar.
-Desculpa. -Riu mais um pouco enquanto ela o olhava com cara feia. -É que foi tão fofo.

-O que? -Achou que o moço ter chamado ela de fofa fosse um insulto. -Nada de fofo aqui, sou uma pessoa séria e muito centrada tá? Vai querer alguma coisa logo ou não?
-Ah, isso eu não tenho dúvidas, e você vai tratar seus clientes assim? -Parando de rir e gozando da cara dela.
-Pois bem. Então...Como posso ajudá-lo cliente? 
-Eu preciso de um buquê de flores que diga "Acabei de te conhecer e acho que você é meu tipo", mas não sei que tipo de flores devo comprar, e aí?

-Hmmm...-Suspirou e pensou. -Se eu fosse a garota eu gostaria de receber no primeiro encontro orquídeas rosas, elas são delicadas e não demonstram aquela paixão, simboliza respeito, admiração...

Assim que percebeu que estava dando detalhes demais parou de falar e olhou para o homem que a olhava fixamente e parecia interessado.

-É só isso aí. -Fez bico novamente e franziu o cenho.
-Ok, então...Acho que a melhor opção são as orquídeas rosas, faça um embrulho bem...Aliás, faça do seu jeito um embrulho bem bonito. -Sorriu fazendo Lola corar.

...

Victória acabou fazendo o negócio e comprou a casa, mas o que ela estava realmente preocupada era com o telefonema que recebera mais cedo, por fim, acabou indo ao encontro da pessoa.
Chegou ao restaurante as 16 horas, olhou para a pessoa que a esperava em uma das mesas e foi em sua direção.

-Qual o motivo do encontro? -Perguntou Victória para a mulher.
-O motivo? -Disse Susan. -Por que voltou para a cidade?
-E isso importa para você?

-É claro que importa, da última vez não se esqueça de como foi difícil fazer com que Chace recuperasse seus objetivos.
-Ah, então é por causa do Chace. -Suspirou e sentou na frente dela. -Você...Você pode ficar bem tranquila, nunca foi minha intenção querer me casar com ele, Chace tinha consciência do que estava acontecendo, aliás, nós dois fomos suas vítimas. Não sei por que fica se preocupando tanto, ele nem é seu filho mesmo, não é? -Soou ironicamente fazendo Susan cerrar os olhos para ela.

-E além disso, você não deve saber, meu pai está muito doente e no momento ele precisa do apoio de toda a família. TODA a família, tia Susan. Susan riu e encostou suas costas na cadeira.

-Você acha que eu realmente vou ficar ao lado de seu pai? Aqueles pobretões? Provavelmente vão querer alguma coisa, vivem pedindo coisas que nem mesmo podem comprar.
-Isso não tem nada a ver. Tia Susan, meu pai, seu irmão, apenas precisava de ajuda, você sabe que você apenas deu sorte se casando com um homem bem de vida. Quer saber? Esqueça, nós não precisamos mais de você. -Disse Victória se levantando.

 -E sabe de uma coisa, tia Susan, só para você não se esquecer, quem deixou o Chace naquele estado foi você.

Deu as costas e caminhou rapidamente até a porta enquanto Susan se moía de raiva.

...

Eu estava me divertindo, é ótimo passar um tempo conhecendo pessoas novas que te tratam bem e ficamos um bom tempo conversando e bebendo naquela mesa grande, porém, Henry e o pessoal precisavam ir em certas reuniões com o pessoal da revista, eu não entendi exatamente o que fariam, mas eu não entendo mesmo dessas coisas de ensaios fotográficos e moda, isso realmente não era muito meu interesse.
De qualquer jeito, depois de vê-los se despedir me bateu uma solidão, e então pensei que se Lola estivesse ali tudo seria tão mais divertido, iríamos nos comportar como criancinhas e fazer guerra de bola de neve, rolar no chão e ela com certeza iria ficar fofocando sobre a vestimenta de uma e de outra, mas ela não estava, este era o problema, precisaria procurar algo para fazer para não ficar entediada.

 Saí do hotel e fui caminhando na neve até que encontrei certa movimentação, me aproximei e pude ver que eram algumas crianças que faziam um pequeno teatro natalino num palco e todos estavam aplaudindo e cantando junto com eles, por fim acabei ficando por ali enquanto todos dançavam.

Um homem bem grande sem querer me empurrou para o lado e então eu me agarrei a primeira coisa que apareceu, segurei no braço de uma mulher que estava um pouquinho atrás de mim.
-Ei por que está me empurrando? O que é isso? -Ela gritou para mim.

-N-Não estou empurrando, só precisei m...-Percebi que quem estava ao seu lado era Chace.
-Aish, realmente esses mendigos...-Sussurou a mulher.
-O que? -Perguntei esbravejando. -O que você disse? Peça desculpas! Peça desculpas!

Não acreditava nisso, mendiga? Eu estava com uma aparência tão mal assim para ser chamada de mendiga?
-Peça desculpas! -Gritei mais uma vez.
-Você, já chega! -Disse Chace em um tom um pouco mais alto.

A mulher aparentava estar meio confusa, então Chace colocou a mão nas costas dela empurrando-a para levá-la a outro local, mas ainda assim não queria deixar passar barato e os segui importunando a mulher para ela se desculpar.

Então Chace parou de andar e se virou para mim, ia dizer algo, mas de repente, em questão de segundos, eu tropecei em alguma coisa que estava no caminho e me vi caindo de cara no chão, quando pude ouvir uma voz me chamar.
-Nana!

Só eu mesma para causar tais acontecimentos, se não fosse por Chace, eu iria dar com a cara no chão, na neve, mas ele estava lá. Na tentativa de me segurar, ele foi impulsionado para trás pelo meu peso e caiu de costas no chão me abraçando.

Nossos rostos estavam colados, estávamos tão próximos que podia sentir sua respiração ofegante e gélida em meu rosto, a única coisa que eu queria naquele momento era sentir suas mãos quentes que envolviam meu corpo por mais algum tempo.

Pessoal, vou dar as mesmas desculpas de sempre, estou trampando muito e fazendo diversos cursos e blá blá que me impedem de postar aqui com mais rapidez, espero não ter desapontado ninguém.  Bom, curtam o fim do capítulo e até breve! =3