02 julho 2013

9º Capítulo - Do You Love Me? - Contra a parede

-Nana! 
Só eu mesma para causar tais acontecimentos, se não fosse por Chace, eu iria dar com a cara no chão, na neve, mas ele estava lá. Na tentativa de me segurar, ele foi impulsionado para trás pelo meu peso e caiu de costas no chão me abraçando.
Nossos rostos estavam colados, estávamos tão próximos que podia sentir sua respiração ofegante e gélida em meu rosto, a única coisa que eu queria naquele momento era sentir suas mãos quentes que envolviam meu corpo por mais algum tempo.



...


Eu estava paralisada, olhava apenas para seus olhos negros brilhantes enquanto os meus deviam estar avermelhados. Alguns segundos depois que o susto passou, ainda estávamos ali, e então aquela mulher cuja estava junto de Chace disse:

-Ei, vocês vão ficar aí abraçados até quando? Todo mundo está olhando.
-Eu não consigo me levantar com você deitada no meu braço. -Disse Chace me fazendo levantar em um segundo e após se levantou também. Ambos ficamos notavelmente constrangidos, não conseguia nem olhar para seu rosto enquanto me levantava, apenas mirava um ponto cego.


Enquanto isso, as pessoas que estavam assistindo a peça ficaram em volta de nós e aplaudiram o ato heroico de Chace, deixando-o sem graça, o que me fez até sorrir um pouco.



Quando uma idosa chegou para mim dizendo algumas coisas que me deixaram encabulada.

-Aigo, onde você arrumou esse namorado? Vou buscar um pra mim também. -Fazendo todos rirem dela.
-Ah, não, não somos namorados. -Sorri ficando sem graça.




-Eeeei, você está querendo enganar quem? Não são? Então posso ficar com ele? -E fez todos rirem dela novamente.

-Sim, faça bom proveito. -Sorri para a vovozinha que falava comigo e logo ela foi para o lado de Chace que me olhava com um olhar ameaçador de novo, e fiz uma careta para ele também.




-Eii...Mas você, eu conheço você, é o filho daquele homem, daquele homem do hotel, Tropicale Hotel. -Disse um homem e todos em volta olharam para Chace surpresos.

-O que o filho daquele homem veio fazer nas nossas terras? O que? O que você veio fazer aqui?-Disse outra mulher.
-É você mesmo? Você é o filho daquele homem e se atreve a pisar nas nossas terras? Já não está de bom tamanho o que aquele homem fez conosco? Você vai querer tirar mais ainda de nós? -Disse a idosa.




Mas parecia que Chace não estava entendendo muito bem a situação, parecia que estava confuso e não sabia ao certo como reagir na frente de tantas pessoas. Quando eles foram chegando mais perto e falando mais ainda, percebi que ele estava ficando um tanto nervoso, então entrei em sua frente abrindo os braços tentando acalmar as pessoas.

-Vovó, pessoal, não é assim!



-Sua pirralha, você também está junto com esse pessoal! -E a mulher na qual eu me referi de "vovó" me empurrou para o lado quase me fazendo cair.

-Esse pessoal que destruiu nossas casas para construir um hotel!
Entrei em sua frente de novo, mesmo abalada com aquela revelação, ainda assim sentia que precisava fazer algo já que Chace havia impedido que eu mandasse com a cara na neve.




-Vovó, não é assim, ele não fez essas coisas, por que uma pessoa que faz essas coisas me salvaria ali naquela hora? -Ela parecia ter se acalmado.-Eu estou lhe dizendo, ele não é essa pessoa! -Olhei para trás e entendi o por que da velhinha ter se acalmado, Chace não estava atrás de mim, estava a alguns metros de distância, voltando para o hotel.

-Vá embora você também! -Disse a idosa. -Não precisamos de pessoas que estejam do lado daquele homem!



Enquanto isso...


Chace estava entrando no hotel rapidamente e Raquelly estava correndo atrás chamando pelo seu nome, já não sabia mais o que pensar, o que aquela mulher estava lhe dizendo era que seu pai havia construído o prédio no lugar onde aquelas pessoas moravam, mas o que ele teria feito de tão ruim que as pessoas guardavam tamanho rancor dele? 





O elevador se fechou antes da garota conseguir entrar junto de Chace, ele subiu até o piso onde estava localizado seu quarto, passou o cartão e após entrar trancou a porta, sentou no sofá ligando para seu pai.

-Chace? Algum problema? -Disse Arnold.
-Pai, eu...Acabei escutando algumas coisas aqui da cidade sobre o Tropicale Hotel, foi demolida uma vila para o hotel ser construído? 
Arnold ficou alguns segundos sem responder e enfim tocou no assunto.



-A população construiu uma vila em nosso terreno, o que poderíamos fazer se a propriedade era nossa? Eram pessoas pobres que necessitavam de ajuda, mas precisávamos também dar continuidade com nossos planos e construções, ainda assim, naquele tempo conseguimos cartas de consentimento de todos os moradores e ainda o próprio prefeito estava construindo uma área para a moradia daquele povo carente, o único problema foi que...

-O que?




...

-O único problema foi que...-Já que Chace perguntara, Arnold, por fim iria responder a pergunta, mesmo sabendo que seu filho poderia ficar um tanto confuso com aquelas palavras que foram escondidas durante tanto tempo dele por motivos maiores, porém, algo o interrompeu.

-Mãe! -Disse Arnold com o celular na mão indo de encontro com sua mãe.
-Pai? Pai? O que é? -Dizia seu filho do outro lado da linha.
-Quem é no telefone? -Perguntou Emily, mãe de Arnold.
-Seu neto e o mais novo presidente do hotel. -Disse Arnold sorrindo enquanto a velha pegava o celular.




-Chace? Sua criança podre, para o seu pai que tem ainda muitos anos de vida você liga mas para sua avó que está pesando para o outro lado nem pra perguntar como está. Que raio de presidente é esse que nem serve pra tomar conta da família?





Chace riu de sua avó, ela sempre fora assim, xingava tudo o que lhe aparecia, principalmente pelo fato de que odiava saber que já tinha passado da melhor idade.

-Tudo bem vó, prometo te ligar mais vezes, mas eu preciso falar com o p...-Chace foi interrompido.
-Cem vezes por dia, nessa idade a gente começa a esquecer de tudo, você quer que eu te esqueça também? Hãm? Eu vou te esquecer então, passar bem.



Emily desligou o celular resmungando ainda algumas palavras ofensivas o que fez Arnold rir da situação.-Pode rir o quanto quiser, quando você chegar nessa idade eu é que vou rir de você. 

-Maldito...-Disse Emily direcionado a Arnold.




...


-Vovó? Vovó? Aish...-Resmungou Chace olhando para o celular, logo pôs suas mãos em cima dos joelhos apoiando sua cabeça.

-O que afinal aconteceu na vila? -Estava realmente decidido a encontrar as respostas, porém, assim que pensou em quem poderia pedir pelas suas respostas, a campainha tocou.




-Raquelly!

 Chace se levantou para atendê-la, mas quando abriu a porta, não encontrou ninguém, olhou para a esquerda e logo após para a direita e por fim ouviu uma voz que chegava aos seus ouvidos pelas suas costas.



...


-Uaaaaaaaaaaaaaaaaaaaau! -Disse observando a sala do apartamento de Chace. Sem que ele percebesse, toquei a campainha, mas fiquei abaixada ao lado da porta, pensei que ele fosse me ver, mas como nem se tocou eu simplesmente passei do lado de suas pernas e entrei no apartamento, como já disse, deveria ser agente secreto.




-O que? Como? Que? Como você? -Perguntava Chace olhando para mim com uma cara de dúvida e espanto.

-Esse apartamento é o máximo! -Disse de boca aberta já entrando na sala, quando fui puxada pela touca do meu agasalho para trás. 




-Como entrou aqui? -Perguntou Chace franzindo as sobrancelhas ainda com aqueles olhos de espanto me segurando pela touca.

-Pela porta ué, você nunca olha para baixo quando abre a porta? Nunca recebeu jornal na porta de casa? Uaaau, você é bem estranho, e metido também, e me solta! -Puxei minha touca para Chace a largar, arrumei meu agasalho e cerrei os olhos fazendo um bico com os lábios.



-Você, ou vocês, fizeram alguma coisa para aquele pessoal? Hãm?

-Tsc...-Disse Chace soltando um riso. -Por que? Por que quer saber?
-Por que...Nossa como eles estão bravos!
Chace notando algo estranho disse:
-Ah é? Só isso?
-Ahn é...-Na verdade, não tinha reais motivos para estar ali, só que antes, quando pensei em ir fazia mais sentido.




-Ok, afinal eu não tenho o que temer não é? Já que nós não fizemos nada. -Disse Chace colocando a mão no queixo e depois de alguns segundos olhou para mim com um olhar 43 super KLB e me deixou encabulada, me fazendo corar.





-Então por que você veio aqui? Por que continua aqui? Não vai me dizer que você...Só veio aqui por que tem interesse em mim?

-Eu? Interesse em você? Não brinque com essas coisas, pff...Você não é o meu tipo.-O olhei tentando passar desprezo por suas palavras.



-Eu não sou o seu tipo? Você é que não é o meu tipo! Pensando bem, você vem me perseguindo ultimamente não é? Olha só, você conseguiu entrar no meu apartamento e ficar aqui...Sozinha comigo.

-Se eu tivesse realmente um interesse em você, eu já teria te atacado, ok? Tsc...



Andei em direção a porta rapidamente, mas enquanto passava ao lado dele, ele me pegou pelo braço e jogou-me contra a parede, e com o reflexo meu punho foi rapidamente em direção ao seu rosto, mas para minha surpresa, Chace desviou e segurou meu braço com força o prensando contra a parede também, fazendo meu celular que estava em minha mão cair no chão. 





Meu coração acelerou e eu só conseguia olhar para aqueles olhos negros em minha frente.




-O que você quer afinal? -Disse Chace sussurrando para mim. -Você está querendo brincar comigo? Mexer comigo? Se interferir na minha vida de alguma forma? O que você quer Nana?






...


Chace, enquanto a segurava viu os gestos e a expressão que Nana fazia, não sabia ao certo o por que, mas sentia como se conhecesse aqueles traços, como se aquilo já tivesse até mesmo acontecido e permaneceu a olhar para seu rosto por mais alguns segundos, q
uando a campainha tocou.






...


Enquanto os dois estavam conversando, Susan entrou pela porta da frente e escutou a voz de Emily, encostou no pilar e ficou apenas a escutar o que ambos falavam.





-Aquele garoto ficou muito marcado por conta do que lhe aconteceu, sua personalidade alegre e contagiante ficou escondida atrás de um homem sério. -Disse Arnold. -Se eu pudesse fazer algo para ele voltar a ser o que era...Achei que ele fosse recuperar a memória do que aconteceu naquele dia depois de algum tempo, mas já faz 6 anos e nada, nada que possa nos ajudar a fazê-lo voltar a ser como era antes. Eu me sinto cada vez mais inútil...Nem eu mesmo pude ajudá-lo daquela vez, eu não tinha ideia da situação que ele estava se metendo e que ele acabaria desta forma, na verdade, eu nem sabia quanta falta da mãe Chace sentia, se eu pudesse voltar ao passado e encontrar o motivo do incêndio na vila, eu evitaria tudo.

Susan abaixou a cabeça e logo a ergueu encostando-a também no pilar, fechou os olhos e suspirou fundo abrindo os olhos e franzindo as sobrancelhas, ela sim sabia como tudo havia acontecido, Susan possuía mais segredos do que Arnold pudesse duvidar, mas era cautelosa para tudo seguir conforme havia planejado.







...


A campainha tocou, abri os olhos e olhei para Chace que me soltara num instante e fora atender, eu estava completamente sem reação e imaginava se Chace não ficava assim também, como em questão de segundos aquele homem fazia meu coração bater tão rápido e depois apenas me soltava daquele modo? 





Suspirei fundo e quando fui andar em direção a porta me deparei com aquela mulher que estava junto dele antes.

-Você? -Disse ela olhando para mim e logo olhou para Chace. -Vocês dois?



2 comentários:

  1. Adorei ! A quanto tempo você não postava né? Ansiosa para o próximo


    Bjks

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    1. É, com o pouco tempo que eu tenho livre infelizmente não posso postar muitas vezes, mas pelo menos faço um grande esforço. mjldksjog =3

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